Dungeon Geek 21 O Quest Cast é um dos Podcast que venho escutando já a algum tempo e eu gosto muito da dinâmica e interatividade que trazem ao RPG nacional. Seus jogos se passam em cenários de mundos conhecidos como Legends of the 5 Rings ou Reinos de Ferro, mas também com cenários próprios que vamos conhecendo junto com os personagens e vamos entendendo a trama e o universo que se encontram.
Resolvi fazer esta entrevista, por que gosto do trabalho deles e também serem meus amigos. Mas ajuda também a entender o trabalho de criação de um Podcast e seus personagens.
Espero que gostem! E lembrem de criar seus próprios mundos!
- O que levou vocês a começarem o Quest Cast?
Dressler: Já tinha pensado anteriormente em criar um Podcast de RPG por conta do nerdcast mesmo mas, devido a todo o trabalho envolvido eu n levei para frente. Eu fui trabalhar numa agência de publicidade onde conheci o Bruce e o Gods, e eles vieram com a proposta, como casava com o que eu já queria fazer, topei na hora.
Iza: É bem como jogar com amigos mesmo! Assim que a gente decide o sistema já vamos maquinando ideias de personagens e marcamos um dia pra fazermos as fichas no Roll20 todo mundo junto, pra talvez combinar background de personagem e etc! Bem tranquilo! Acho que boa parte da naturalidade com a qual a gente joga nas mesas vem bastante da naturalidade do nosso processo também, por isso gosto bastante de como fazemos as campanhas bem casualmente mesmo. Traz um resultado bem real pros ouvintes.
Gods: Na verdade, eu sempre tive vontade de fazer algum conteúdo para a internet. Na época que eu trabalhava com o Dressler e o Bruce, eles me apresentaram aos Podcasts, principalmente ao 99 vidas. Comecei a ouvir e pensei “p&* preciso de um programa assim”.
E do nada eu tive a ideia de criar um Podcast sobre RPG. Chamei um dia na minha casa o Bruce, Dressler e Lobs (que até então só me conhecia). E em um dia o programa estava criado.
- Quando estão fazendo as histórias dos personagens, vocês determinam algo ou simplesmente vão com o que tem vontade?
Bruno: Vamos com o que temos vontade. Acho que isso deixa o jogo mais espontâneo e imprevisível.
Hita: Eu, pessoalmente, penso no arquétipo que eu quero “atuar” e penso no background a partir disso.
Lobs: Até agora sem determinação, o mestre geralmente nos explica o mundo e o atual estágio de onde estamos e acabamos fazendo nosso personagem a partir disso. Por vezes, alguns de nós se juntam com outros para fazer uma história interessante mutua, as vezes só por vontade ou outras vezes pq os personagens se parecem muito
- Por acaso sorteiam as mesas para os próximos Podcasts? Ou conversam para determinar o próximo arco?
Dressler: A gente conversa antes, geralmente quando a mesa atual está +- na metade. Tentamos achar um equilíbrio entre o gosto de todos e também se tem alguma coisa que ta no hype.
Iza: Nós geralmente conversamos, combinamos algo e tentamos manter o planejamento (sem muito sucesso)! Hahaha! A próxima mesa que estamos planejando por exemplo ficou seis meses na ideia de ser de um sistema tal, pra umas semanas antes de gravar a gente mudar de ideia 3 vezes e acabar escolhendo outro. Geralmente vai dos sistemas que nós temos mais curiosidade ou familiaridade pra mestrar (aguardem o meu Dragon Age RPG).
- O que vocês acreditam ser o mais divertido no momento de fazer o Podcast?
Lobs: Sinceramente, acho que é o contato com o público. Foram poucas as vezes que fiquei tão feliz como quando recebemos nossa primeira fanart, ver que a gente faz algo que as pessoas gostam é meio surreal
Bruce: O mais divertido é ver o empenho de todos em tranformar o projeto em algo legal, salvo elogios para o Dressler. Sem ele o projeto não estaria onde está hoje, ele é o cérebro disso tudo e o motor que faz o Podcast rodar. E claro aos nossos queridos padrinhos, divulgadores e apoiadores do projeto, com certeza eles são a espinha dorsal disso tudo, são os gatilhos motivadores.
Bruno: Pra mim é jogar, com certeza. Porém é legal também imaginar a reação de quem ouve aos episódios.
- Durante o Podcast, o que mais irrita ou incomoda vocês durante a gravação?
Bruce: Com certeza são os problemas e vacilo que todos acabam por cometer sem querer durante a gravação, nossa editora Lucy merece uma estátua pela paciência e profissionalismo, rs.
Bruno: Nada na verdade me irrita durante a gravação, mas acredito que o que mais irrita de forma geral são os barulhos externos que atrapalham depois a edição.
Hita: Durante as gravações irritava a quantidade de piadinhas paralelas. Mas isso era mais no começo, acho que nossa postura ficou mais legal e profissional.
- Pergunta polêmica: RPG na mesa ou online?
Bruno: Mesa sempre. Adoro jogar pra gravar o podcast, mas nada substitui a mesa.
Dressler: Para jogar simplesmente, sem dúvida na mesa. Para gravar ou para resolver problemas logísticos o online.
Lobs: Eita nois em. Eu, sinceramente, prefiro online. Eu acho menos awkward? Talvez seja só pq estou mais acostumado e por vezes as pessoas se soltam mais para fazerem vozes, brincadeiras e zoeiras que as vezes nas mesas nao acontecem tanto.
Iza: Então, quem nunca jogou RPG via Discord ou qualquer outra mídia digital, tende a ter uma relutância a tentar. Eu mesma tinha no início a ideia de que “não era a mesma coisa”. De fato, não é a mesma coisa, mas está longe de ser ruim! Muito pelo contrário! Uma coisa que o Quest me ensinou foi a necessidade de se adaptar na hora de jogar RPG, seja à mesa, ao grupo, ao sistema ou ao formato que que vamos jogar. É tudo uma questão de as pessoas envolvidas quererem fazer dar certo. Quanto mais você joga RPG via online, mais você e o grupo vão se acostumando e entendendo que a experiência de jogar online pode ser tão enriquecedora quanto a de jogar presencial e – ainda mais se tratando de incluir amigos que moram super longe da gente, como é o caso aqui no Quest com o Bruno, hahaha!
Hita: É uma pergunta dificil, porque nunca joguei RPG online. Gravar o podcast é diferente de jogar RPG com os amigos. Quando eu estou com os amigos eu faço o que eu quero. Jogo como quero. Com o Quest eu penso no que vai ficar mais legal de ouvir. Penso que seguir a aventura planejada do mestre vai ser uma história mais legal.
- Vocês pretendem fazer um stream?
Bruno: Não que eu saiba. Streaming é beeeeemmm mais complicado.
Bruce: Já pensamos bastante mas isso demanda investimento de equipamento e tempo, quem sabe no futuro?
Dressler: Já me passou pela cabeça, mas se acertar o calendário do pessoal para gravar já tá difícil, imagina para fazer live haha. No momento isso não está previsto.
Lobs: Não por enquanto…infelizmente não temos estrutura para isso =/
- Os fãs são algo que veio com o projeto e vocês os agradecem sempre. Como foi sentir o trabalho de vocês reconhecido?
Bruno: Talvez por estar mais distante, não sinto tanto o contato. Mas de ver as reações online é demais!
Dressler: Para mim é extremamente recompensador por conta de todo o esforço envolvido em manter o projeto de pé e isso falando tanto de trabalho quanto monetário mesmo. A campanha de apoio la no picpay ajuda a manter o podcast funcionando, mas como hoje em dia terceirizamos a edição, nós ainda precisamos tirar do bolso todo mês cada um uma quantia considerável. Por isso tudo quando chega um feedback bacana, uma fanart ou qqr coisa do tipo é muito recompensador.
Gods: Nossa foi incrível. Eles são demais, receber uma mensagem do nada nas redes sociais ou um e-mail, é muito legal. Pois, mostra que eles estão não só vendo nossa evolução, mas criando um laço com os personagens criados por nós.
Hita: Recentemente teve a primeira fanart de um personagem meu. Foi muito emocionante, porque pareceu que o fã realmente gostou do nosso trabalho. Foi muito gratificante.
Lobs: Eu acho que é uma das melhores sensações. O Quest surgiu como um projeto de amor, porque a gente queria isso pra gente, nós queríamos consumir esse conteúdo e, como era um nicho pouco explorado, decidimos nós mesmos faze-lo. Ver que isso pode entreter outras pessoas é o ponto máximo do nosso projeto
Iza: É sempre muito gratificante pra mim ver toda comunidade que se envolve com o Quest sempre se dando tão bem e nos dando feedbacks. Cada comentário que a gente recebe nas redes, cada fanart que enviam dos nossos personagens dá um quentinho no coração muito grande de que estamos fazendo um trabalho legal. E fico ainda mais feliz de ver que temos fãs de todos os tipos! Desde que entrei no Quest sempre quis reforçar a mensagem de Diversidade e Inclusão e, junto com a Hita, representar o feminino na cena do RPG de mesa. Por isso, sempre agradecemos e cuidamos dos nossos fãs com todo carinho (especialmente nossos padrinhos lindos!), pois se temos motivação para pegar toda semana pra produzir conteúdo e o Gods tá se atrasando menos pra gravar, é tudo por eles e pra eles!
Bruce: É com certeza a melhor sensação. Ser reconhecido pelo seu trabalho é algo único e que motiva você a continuar fazendo o projeto acontecer. Um dos meus sonhos era ter uma Fan Art e quando recebemos a primeira todos ficaram malucos! Ouvir as pessoas chamando nossos nomes em eventos, falando que são nossos fãs e que gostam muito do nosso trabalho é algo inexplicável A melhor parte é a emocional, quando alguém manda uma mensagem falando que o Quest ajudou na vida da pessoa de alguma forma. Ver o personagem do Gods, que era cego em uma das nossas campanhas, ser reconhecido e muito bem elogiado por um ouvinte cego, mostrou que estamos no caminho certo e que o RPG também é inclusivo, algo que sempre batemos na tecla. RPG é para todos e poder ser um fomentador deste formato de entretenimento é algo muito legal de estar vivenciando e fazendo parte.
Por fim, gostaria de agradecer a todos os nossos fãs, amigos, a bancada do Quest Cast, parceiros e ao Dungeon Geek pela oportunidade do espaço de falar um pouquinho do nosso Podcast! Um grande abraço à todos e até mais queridos ouvintes!
O prazer foi todo meu fazer esta entrevista com vocês! =-)
Querem escutar o Quest Cast?
Logo abaixo está o site deles e os links para escutar em sua plataforma preferida!
Site do Quest Cast – https://questcast.com.br/
