Cinco edições, mais de 20 milhões de pessoas já jogaram e mais de 1,0 bilhão de dólares em livros e equipamentos. Isso resume um pouco o que gerou um dos primeiro, senão um dos primeiros Role Playing Game (RPG) do mundo.
Mas provavelmente o RPG criado por Gary Gygax e Dave Arneson começou como uma ideia simples e variação de um jogo de miniaturas, a interpretação de personagens, e se tornar uma marca de grande valor e fãs por todos os continentes.E o que seria Dungeons and Dragons (D&D)? O que o faz ser tão adorado e atravessar gerações?
D&D é um RPG de alta fantasia, onde os jogadores normalmente se encontram em cenários medievais e fantásticos, com dragões, elfos e orcs. Temos de perceber que seus criadores foram com certeza influenciados pelas obras de J.R.R Tolkien e outras mitologias, em especial a nórdica.
E isso nos remete a algo muito comum no nosso imaginário, pois desde muito jovens escutamos histórias da carochinha que se passam neste tempo, estudamos como o mundo evoluiu daquela época e trouxe a nossa sociedade atual. Então, acredito que temos um viés que vem antes de nós conhecermos o jogo de fantasia.
Desde sua criação em 1977, pela finada TSR – editora original que publicou o D&D, nunca se imaginou tantos mundos e parecia que o jogo não parasse de criar e atingir novos espectros e ideias. Com a compra pela Wizards of the Coast em 1997, a empresa agiu fortemente em mudar o estilo do jogo e com o passar dos anos investir em diversos meios de comunicação.
Mas o que é Dungeons & Dragons você pergunta?
É um RPG onde as aventuras se passam normalmente em um mundo de fantasia medieval, com magia e seres fantásticos, onde os jogadores podem escolher uma classe, sobem de nível à medida que ganham mais experiência e são ligados pelos seus alinhamentos. Os alinhamentos são como os personagens percebem e reagem ao mundo, de forma geral (dependendo da interpretação do jogador, é claro). Muitas vezes maniqueísta, o jogo envolve os personagens como heróis a resolver algum problema, seja a famosa donzela em perigo, caça ao tesouro, ou derrotar exércitos de inimigos de outra dimensão. No jogo se utiliza o set completo de dados, sendo o de vinte faces (d20) para determinar as habilidades e os outros para dano ou situações especificas.
As classes básicas utilizadas no jogo são:
- Guerreiro: um mestre em combate com diversos tipos de armas e armaduras;
- Clérigo: um sacerdote campeão que usa seus poderes divinos a serviço de um poder maior;
- Mago: um erudito capaz de usar magia manipulando as estruturas da realidade;
- Feiticeiro: um conjurador que extrai seu poder mágico devido a um dom ou a sua linhagem;
- Ladino: um patife e guerreiro ágil que usa sua furtividade e trapaça para superar obstáculos e inimigos;
- Bárbaro: um guerreiro com um passado primitivo que entra na batalha em fúria;
- Bardo: um mágico inspirador que ecoa seus poderes pela criação da música;
- Monge: um mestre das artes marciais usando suas mãos ou armas;
- Paladino: um santo guerreiro que está vinculado a um juramento sagrado;
- Warlock: um conjurador de magias que tem seus poderes derivado de uma barganha com um ser extraplanar;
- Ranger: um mestre em combate a longa distância com arcos e lanças;
- Druida: um sacerdote da Velha Fé, que controla as forças da natureza e adota as formas dos animais;
Mas há outras classes, que cada suplemento traz, que pode ser bem legal para os novos cenários!
A 5ª edição nos traz novas regras e nova jogabilidade, que mudou muito da 4ª. Das que mais impressionam é a facilidade em resolução de situações e ajuda na narrativa do jogo por jogadores e pelo mestre. Além é claro de seu afastamento da 4ª edição que era focada mais em miniaturas do que na interpretação. Também é menos complexa que a edição 3.5, facilitando a interação com novas pessoas no hobby.
Eu joguei muito a 3.5 e em menor quantidade o D&D e AD&D clássico. Lembrando que a diferença de D&D para AD&D era a quantidade de regras e complexidade do sistema de jogo. O “A” era de Avançado, portanto mais denso. Mas posso dizer que me divirto muito com a nova edição. Preciso pensar menos em mecânica e mais no que meu personagem faz. E o mestre sempre me dá as diretrizes, facilitando o que preciso fazer, sendo jogando os dois d20s ou só me falando o que preciso somar ou subtrair na ficha. E eu gosto assim.
Também de lembrar dos vastos mundo criados para o sistema, Forgotten Realms, Al-Qadim, Greyhawk, Ravenloft. Todos com suas particularidades e histórias, que trazem o mundo a vida. Jogadores exploram e descobrem a história a medida que o mestre desdobra pequenos eventos
O mais interessante é que este RPG de mesa ganhou um poderoso aliado digital, o D&D Beyond. Que traz regras, acesso a informações, fóruns, itens, magias, explica como fazer suas próprias criações e histórias. Além de poder publicar e conhecer o trabalho de outros mestres e jogadores.
Com o uso de streaming e mídia sociais, o jogo atinge novos patamares e com a capilaridade da internet, novos(as) jogadores(as) entram para o mundo de RPG, não só no offline, mais sim através de programas de áudio e vídeo como Discord e Skype. E temos os shows online como o Critical Role, que trazem uma interação totalmente diferente e novas ideias à comunidade.
Quer você goste ou não, o D&D é um RPG que todos nós precisamos jogar. Simplesmente para sabermos sobre os alinhamentos e como encaixar sua personalidade, ou saber sobre aquele antagonista inegável que todos querem tentar derrotar (escutei o dragão Tiamat?).É inegável a força do jogo no meio RPGístico. Assim como pode ser um dos primeiros RPG’s a serem jogados por novatos, é incontestável a adoração por veteranos.
Qual seu D&D preferido? Sobre o que gostaria que falássemos aqui do RPG mais conhecido do mundo?
E não se esqueça, divirta-se toda vez que for jogar!
Fonte das imagens: Wizards of the Coast e seus autores