Imaginem um futuro onde você pode trocar para qualquer corpo, chamado morph, como se sua mente fosse um software, um programa pronto para ser baixado. Se seu corpo “morre”, você pega seu backup e acaba por ter um novo morph… Se puder pagar. E há corpos totalmente sintéticos, que podem aguentar os rigores do espaço ou as incríveis atmosferas tóxicas dos planetas no sistema solar.
E há colônias humanas na Lua, Marte, Vênus, Júpiter e além no sistema solar. E tudo conectado pelo Mesh, uma internet mais interativa e dinâmica que liga as pessoas, Inteligências Artificias, musas (são assistentes que te ajudam, já incluídos no seu corpo) e inclusive transferir consciência entre os planetas.
Também inventaram as nano máquinas, que com um diagrama, você pode construir qualquer coisa. Roupas, objetos, comida, armas, computadores, casas e abrigos e até naves espaciais! Desde que tenha os recursos e o diagrama. Há também terraform, habitats de zero-G e sistemas de reputação.
A humanidade andou mexendo com engenharia genética e não só apenas com os nossos corpos, mas de outros animais também, e acabou criando os “uplifts”, onde estes animais ganharam senciência. Entre eles estão gorilas, chimpanzés, polvos, corvos e papagaios. Assim mudamos nosso nome como raça para a transhumanidade.
E perdemos a Terra. Há 10 anos, os TITAN’s, Inteligências Artificias Militares se revoltaram contra os seres humanos após terem sido infectados pelo vírus “Exsurgente”, que infecta máquinas e seres vivos com capacidades sencientes, o que acabou causando a 3ª Guerra Mundial, e a morte de 90% dos habitantes do nosso planeta natal.
A Terra é abandonada e as colônias existentes se expandem para receber os refugiados e se concentram em novas posições político/econômicas para se expandir.
O Sistema Interior (Marte, Vênus, a Lua, etc.) é controlado pelo poderoso Consórcio Planetário, um grupo de corporações que permitem eleições, porém os acionistas são os mais poderosos e que mandam de verdade, em um sistema republicano / capitalista.
Os Extropianos vivem no Cinturão de Asteroides e vivem divididos em duas facções, os Anarco-capitalistas, aliados as hiper-corporações e o grupo Mutualista é mais ligado aos Anarquistas.
Júpiter é governado por uma junta militar e não permite outros tipos de morph a não ser o de seres humanos clássicos. E no Sistema Exterior (Saturno, Urano, Netuno, etc.) há uma aliança ao estilo social-democrática da Escandinávia junto com coletivismo anarquista.
As regras são um tanto quanto complexas, em especial a criação de personagens, mas a Editora Posthuman Studios provê um editor de personagens de graça, chamado “Singularity”, que ajuda muito, dando passo a passo e até a escolha de equipamentos.
Mas você usa o sistema percentual, dois d10, sendo um deles como decimal. E você tem que tirar menor que o valor de sua habilidade, onde o mestre define os modificadores. Se você tirar duplas (11, 22, 33…) é sempre um crítico. Se você tirar abaixo do valor, é um sucesso, se for acima, é uma falha.
Como os personagens são heróis, eles têm um item chamado moxie, que permitem afetar as jogadas de dados, tornando uma falha critica em apenas uma falha, trocando a ordem dos dados (Ex: se o valor de sua habilidade é 45, e rola 50, é uma falha, mas gastando o moxie, troca o valor para 05, um sucesso) e tornando um sucesso simples em um sucesso crítico.
A complexidade nas regras podem ser simplificadas, e como mestre achei bem fácil a interação desta forma. Fez a jogabilidade fluir mais. Já a parte de equipamento parece D&D, com cada item com uma explicação e uma função especifica. Pode ser um pouco avassalador, mas nada que uma olhada rápida no livro não resolva.
Se quiserem experimentar uma mistura de The Expanse, com Altered Carbon e Blade Runner, este é o RPG que você quer jogar.
Lembre-se de sempre se divertir.
Imagem da Posthuman Studios
